Mais de 1,2 mil empresários de todo o país, representantes das 27 federações estaduais e de associações setoriais da indústria, acompanharam as exposições dos pré-candidatos Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL)
Sandro Mabel, que liderou a delegação goiana no encontro em Brasília, destaca momento ímpar para o setor produtivo e para o país reverter processo de desindustrialização // Fotos: Divulgação
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) participou na quinta-feira (29/6) do Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República para as Eleições 2022, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. Goiás participou com do evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com uma delegação composta por 60 pessoas.
Mais de 1,2 mil empresários de todo o país, representantes das 27 federações estaduais e de associações setoriais da indústria, acompanharam as exposições de Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. Cada Federação teve oportunidade de expor as demandas de sua região, visando à atração de investimentos e ao fomento da indústria. Desde 1994, a indústria apresenta suas propostas para os próximos anos aos pré-candidatos à Presidência da República.
“O Brasil vem perdendo sua importância na industrialização. E este é o momento de fazermos perguntas, e levar ao conhecimento deles o que é importante para nosso setor. O diálogo é um momento ímpar para nosso setor produtivo”, afirma o presidente da Fieg, Sandro Mabel, que liderou a comitiva goiana, composta por empresários, lideranças e assessores técnicos.
Segundo o líder do Sistema Indústria, o mais importante do encontro é entender exatamente os planos de cada candidato para a indústria brasileira.
Para o presidente da Confederação da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, há uma janela de oportunidade com a revolução verde e tecnológica pela qual passa o mundo todo. Mas o Brasil não vai alcançar os países mais avançados na economia 4.0 e de baixo carbono se não consolidar uma política para investir em inovação e ter uma indústria nacional forte e dinâmica – já que o setor responde por quase 70% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento.
“Para dar esse salto, é preciso implementar uma estratégia nacional de longo prazo que estimule a ciência, a tecnologia e a inovação. Essa política deve ter instâncias de governança bem definidas, recursos adequados e metas e prazos ambiciosos”, defendeu o presidente da CNI.
O vice-presidente da Fieg e presidente-executivo do Sifaeg e Sifaçúcar, André Rocha, chamou a atenção para a realidade da indústria nos últimos 20 anos, período em que vive um processo de desindustrialização, o qual precisa ser revertido imediatamente.
“Precisamos fortalecer as cadeias produtivas e de suprimentos. É urgente a necessidade de reindustrialização do Brasil. A indústria investe em educação, oferece bons salários e promove uma melhor distribuição de renda nos municípios onde estão instaladas”, observou.
Também participaram do encontro, entre outros, o vice-presidente da Fieg Emílio Bittar, os presidentes da Fieg Regional Anápolis, Wilson de Oliveira; dos Sindicatos das Indústrias Gráficas (Sigego); das Indústrias de Alimentação (Siaeg); das Indústrias Químicas (Sindquímica); das Indústrias de Laticínios (Sindileite); das Indústrias de Panificação e Confeitaria (Sindipão); das Indústrias de Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sinduscon Anápolis).
O pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) defendeu o que chamou de "indústria poderosa", que esteja no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, o que somente seria possível, segundo ele, por meio de uma cooperação sistemática entre Estado e iniciativa privada e de forte "investimento em gente", priorizando as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação.
"É necessário pactuar esse projeto com objetivos nacionais permanentes, devolvendo ao Brasil a fé de que um dia teremos lugar para todo mundo", disse. O pré-candidato defendeu, ainda, o fim da reeleição.
Ciro Gomes também anunciou propostas para uma política industrial e de comércio exterior, financiamento, infraestrutura e emprego, macroeconomia; câmbio, juros e equilíbrio fiscal, educação e reforma tributária.
A senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, destacou em seu tempo de fala o compromisso de realizar a reforma tributária nos primeiros seis meses de governo, caso eleita. Segundo a senadora, o projeto existente é bom, precisa de alguns ajustes e é importante para desburocratizar, unificar os impostos e tributar menos o consumo.
Tebet citou ainda compromisso com pautas importante para indústria, tais como diminuir o custo Brasil e criar uma política industrial com foco em inovação e projetos de carbono zero. Para a presidenciável, o Brasil tem responsabilidade com a economia verde e potencial para atrair investimentos, aumentando assim a produção e gerando mais empregos e renda.
Simone Tebet reconheceu a relevância do setor produtivo para a retomada do crescimento do Brasil e destacou a importância da consolidação de uma política de desenvolvimento industrial coordenada pelo governo federal, com metas claras e alinhada às melhores práticas internacionais e à economia de baixo carbono.
O presidente Jair Bolsonaro, do PL, afirmou que seu governo criou segurança jurídica para o País avançar e citou que mais de 20 mil normas regulamentadoras (NRs) sem eficácia foram revogadas desde que assumiu o cargo. Mencionou também avanços em normas trabalhistas, na área de infraestrutura, na política econômica e na desburocratização de regras.
Ele disse ainda que, caso reeleito, vai criar um ministério específico para a indústria e comércio no próximo mandato.
“O Paulo Guedes pegou uma missão enorme, um adensamento de mais quatro ministérios. Já separamos o Trabalho e Previdência de um lado e pretendemos, conforme foi sugerido na Fiemg há dois meses, em havendo uma reeleição, recriar a Indústria e Comércio, cujo ministro seria indicado pelos senhores, com o perfil dos senhores, para exatamente ter liberdade para trabalhar”, disse.
O presidente destacou que avalia uma desoneração para empresas destinada a estimular a criação de empregos.
“No ano passado, tivemos excesso de arrecadação na casa dos R$ 300 bilhões. E foi para abater dívidas esse recurso. O estudo lá com o Paulo Guedes é ver se, com uma desoneração, que a gente venha a perder um pouco desse superavit para abater dívidas, mas que sirva para ampliar o número de empregos no Brasil”, afirmou.
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