O presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, será oficialmente definido como candidato a vice-governador ao lado de Ronaldo Caiado (União Brasil), nas convenções partidárias que ocorrem entre 20 de julho e 5 de agosto. A partir daí – afirma Daniel –, o partido irá comunicar cada um dos vereadores, prefeitos e deputados filiados à sigla que é proibido apoiar outra chapa a governador, sob pena de punição com a perda do mandato. A medida parece radical, mas não é novidade no MDB, que tem histórico de expulsões de dissidentes em Goiás.

“A Executiva do MDB já tomou uma decisão que a partir do momento que formalizarmos na convenção a aliança com o governador, todos os mandatários do partido vão ter que seguir essa diretriz sob pena de serem, sem dúvida nenhuma, solicitados os mandatos”, afirma Daniel Viela, em entrevista exclusiva ao Portal NG.

O político falou com a reportagem durante visita a Aparecida de Goiânia, nesta quinta-feira (30/6), onde seriam inauguradas 900 unidades habitacionais em três residenciais na Chácara São Pedro, uma parceria dos governos federal, estadual e municipal para garantir moradia à população de baixa renda. A inauguração foi adiada a pedido da Caixa Econômica Federal.

“Esse projeto especificamente eu conheço desde o início. Meu pai era prefeito, essa área foi cedida pela prefeitura, o Governo do estado entrou com uma parte, o Governo federal com outras, beneficiando 900 famílias”, diz Daniel.

Sobre a presença do Governo estadual em Aparecida de Goiânia, com obras e investimentos, o aliado de Caiado cita melhoria na segurança pública e reforma de escolas estaduais, além de obras da Saneago.

“É preciso reconhecer que o atual Governo do estado tem efetivamente cumprido com suas responsabilidades aqui na cidade”, afirma.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista concedida ao repórter Vinícius Portugal.

PORTAL NG – Como está articulação do MDB estadual para buscar apoio dos vereadores de Aparecida de Goiânia ao projeto eleitoral do partido?

Daniel Vilela – Temos conversado com a grande maioria dos vereadores, que são pessoas que eu tenho uma relação pessoal, uma história junta aqui, como o Elio Bonsucesso, que foi um grande parceiro das gestões do meu pai aqui na cidade. Mas a gente sabe também das circunstâncias de que tem candidatos da cidade que estão em outras coligações. Muita tente sendo pressionada politicamente também, e ajudando de forma discreta. Estamos focados em estar no contato direto com a comunidade, mostrando tudo que aconteceu de positivo com a mudança do Governo de Goiás em 2019. E daquilo que a gente pode fazer, do meu compromisso com Aparecida. Da minha pretensão de, sendo eleito vice-governador, fazer para essa cidade. Eu tenho atualizado constantemente o governador das demandas da cidade, daquilo que é preciso ser feito.

Filiados ao MDB que já declararam apoio à pré-candidatura de Gustavo Mendanha (Patriota), como é o caso do presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza, serão punidos pelo partido?

O André é meu amigo também, eu tenho boa relação com ele, aliás amigo antes dele ser vereador. É um empresário bem-sucedido, querido e carismático na cidade. Agora, o MDB já disse, já tomou uma decisão a nossa Executiva que a partir do momento que nós oficializarmos, formalizarmos na convenção a aliança com o governador, todos os mandatários do partido vão ter que seguir essa diretriz sob pena de serem, sem dúvida nenhuma, solicitados os mandatos. Essa é uma decisão que a Justiça Eleitoral já definiu: o mandato é do partido, não é do vereador, no caso aqui. Assim que oficializarmos, vamos notificar todos os vereadores do estado de Goiás, prefeitos, da decisão do partido, e vamos cobrar essa fidelidade.

Como está evoluindo o processo de definição dos nomes ou do nome do candidato da base governista para concorrer à vaga de senador?

Essa é uma discussão que ainda não madurou. Temos até a convenção para resolver isso. Muitos candidatos, todos parceiros importantes do governador ao longo desse mandato. Acho que essa data do dia 2 [de julho], que encerra a participação do governador em inaugurações de obras e lançamento de ações administrativas, inicia-se o momento da discussão e da maturação desse debate, até as convenções que se iniciam 20 de julho e vão até 5 de agosto. Acho que vamos conseguir chegar a um bom termo e construir uma solução que atenda a todos.