Instabilidade internacional causada por conflito no Leste Europeu prejudica especialmente países que dependem da importação para suprir demanda interna por fertilizantes, caso do Brasil
Especialista em Direito do Agronegócio, Eduardo Assis destaca pressão inflacionária como fator de elevação dos preços de grãos, como milho e soja, no mercado nacional // Foto: divulgação
A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que parece não estar próxima do fim, movimenta vários setores econômicos e para o agronegócio, particularmente, os reflexos são significativos. Há preocupação especial com as commodities e entregas de fertilizantes, que são insumos essenciais para manter a produtividade da cadeia agrícola e pecuária.
Para Eduardo Assis, advogado especialista em direito do agronegócio, os impactos vão afetar o mundo com a produção alimentar.
“Os fertilizantes do Leste Europeu estão no topo da lista dos produtos importados para o Brasil e, com toda essa problemática de guerra, estamos no impasse de ter ou não fertilizantes para as próximas safras. Além disso, a inflação subiu e impactou o preço de grãos como soja e milho, o que ocasionou no aumento do custo de todas as outras áreas do agro”, explica.
Segundo o advogado, o Brasil tem uma grande dependência das commodities da Rússia, Bielorrussa e Ucrânia, mas neste momento todo o mundo é afetado. De acordo com a advogada Carolina Hissa, que é professora de Direito Internacional e consultora para imigrantes refugiados, essa guerra pode possibilitar, apesar dos impactos, novas formas de negociar no mercado mundial.
“A gente tem dois lados, o bom e o ruim. Se formos avaliar o lado negativo com relação a esses produtos, temos impactos no Brasil em cima do petróleo, milho, trigo, café e o aumento desses produtos. Por outro lado, essa problemática possibilita que encontremos novos meios de sanar os desafios relacionados às commodities”, pontua.
Carolina Hissa ressalta que novos mercados estão aparecendo, como fornecedores do Egito, Catar e Holanda, todos interessados em fazer uma parceria de produção com o Brasil.
Já Eduardo Assis defende que o momento está criando novas possibilidades de commodities.
“Um novo mercado, com outros tipos de valorização e a oportunidade de outros países ganharem espaço e mostrar seus produtos e tecnologias”, completa.
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