Por Mayone de Melo Em: 31/07/2020 18:25:21
Para ajuda na execução do crime o padrasto teria oferecido uma motocicleta e um carro como pagamento, afirma o segundo suspeito preso / Foto: divulgação
Aos delegados Hian Alves de Oliveira confessou que Reginaldo Lima Santos ofereceu uma moto e um veículo como recompensa por ajudar no crime. Já na porta da delegacia o principal suspeito desceu da viatura em que era conduzido gritando que é vítima de uma armação
A força-tarefa da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) prendeu na tarde desta sexta-feira (31/07) os dois suspeitos pela morte do garoto Danilo de Sousa Silva, de sete anos. Hian Alves de Oliveira e Reginaldo Lima Santos, que é padrasto da vítima, alegaram tê-lo matado como forma de vingança em razão de suposto mal comportamento da criança.
Após diligências realizadas nos últimos cinco dias, os dois suspeitos do foram presos em flagrante delito pelo crime de ocultação de cadáver em conexão com homicídio qualificado, ambos crimes bárbaros que chocaram a sociedade goiana. Em depoimento o colega do padrasto relatou que segurou o garoto pelo braço e ajudou a leva-lo para o interior da mata.
Ele alegou ainda que o padrasto tinha oferecido uma moto e um veículo como recompensa por ajudar no crime. Ele confessou aos policiais que já no interior da mata o suspeito teria espancado a vítima com um pedaço de madeira. “Nessa hora eu saí e fiquei de fora, olhando”, contou.
Mesmo com os relatos de Hian, o padrasto do garoto nega que tenha cometido o crime. Já na porta da delegacia ele desceu da viatura em que era conduzido gritando que foi vítima de uma armação. “Eu nunca faria mal a uma criança”, disse Reginaldo Lima Santos. Os delegados Rilmo Braga e Ernane Cázer, por outro lado, contam que já têm provas suficientes para constatar a culpa dos dois suspeitos.
Investigações
As investigações, de responsabilidade da DIH, seguiam desde a última terça-feira (28/07) quando a perícia confirmou que o corpo encontrado pelos bombeiros às margens de um córrego na região do Parque Santa Rita era do garoto, que estava desaparecido. Perícias realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a causa da morte foi por afogamento.
O cadáver, que já apresentava estado de decomposição, estava em um local alagadiço. De acordo com o médico legista e gerente do IML, Mário Eduardo Cruz, havia presença de lama nas vias respiratórias do menino, o que leva os peritos a considerar que ele possa ter sido empurrado, porém outras análises foram feitas para que o inquérito pudesse ser concluído.
Lesões
Segundo relatos de Ricardo Matos da Silva, adjunto da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), durante o trabalho dos peritos foram encontradas várias lesões espalhadas pelo corpo de Danilo, porém à época, os resultados não podiam precisar se foram causadas antes da morte.
Ele conta que o corpo de Danilo estava sem uma das orelhas e com feridas no pescoço. Outro fato que chamou atenção dos peritos foram lesões na região perianal, o que levou os peritos a acreditarem que teria havido violência física e sexual. Fato comprovado no depoimento de Hian, um dos presos.
Ao delegado ele afirmou que o padrasto, durante as agressões, teria introduzido o pedaço de padeira no ânus do garoto. Questionado se esse tipo de agressão foi cometido quando a vítima ainda estava viva o suspeito disse que sim.